Como as commodities impulsionam as exportações brasileiras?

Como as commodities impulsionam as exportações brasileiras?

As commodities possuem papel essencial na balança comercial brasileira, sendo produtos básicos, amplamente padronizados, extraídos ou cultivados em grande escala (como soja, minério, petróleo, café etc.), cujo preço depende do mercado internacional. A grande vantagem desses bens é a capacidade de gerar volumes altos de exportação, impulsionando assim a entrada de capital estrangeiro no país. As commodities são produtos primários ou quase primários, sem grande diferenciação de marca ou processamento, comercializados em mercados globais padronizados.

 

Quais são as principais commodities exportadas pelo Brasil?

Dados no Mdic indicam que o Brasil mantém a sua forte posição global nas exportações de commodities, sendo os principais destaques:

 

Óleos brutos de petróleo, aproximadamente US$4,2 bilhões embarcados em 2025, o que já representa uma alta de 18% em relação aos oito primeiros meses de 2024;

Soja: com US$3,9 bilhões em exportações em 2025, essa commodity agrícola ocupa a segunda colocação do ranking dos principais produtos exportados pelo Brasil;

Minério de ferro: com quase 10% de participação nas exportações brasileiras, os embarques de minério de ferro já ultrapassaram US$2,6 bilhões em 2025;

 

Carne bovina: cerca de US$1,5 bilhão nas exportações da proteína;

 

Açúcar: assim como a carne bovina, o Brasil também exportou cerca de US$1,5 bilhão em açúcar entre janeiro e agosto de 2025;

 

Milho: em 2025, o Brasil já embarcou cerca de US$1,4 bilhão em grãos de milho;

 

Café: outra commodity de grande importância para a economia brasileira, os embarques de café em 2025 já beiram os US$900 milhões.

 

Industrialização x Commodities: o dilema do desenvolvimento econômico

 

Embora as commodities sejam fundamentais para gerar receita, empregos e colocar o Brasil no radar econômico mundial, há alguns riscos a serem considerados, como:

 

Oscilações de preços internacionais: quando o valor das commodities cai globalmente, a receita do país cai bastante, impactando exportações, o PIB e o câmbio.

 

Baixo valor agregado: vender commodities gera menos margens de retorno do que exportar produtos processados ou industrializados. Processar internamente (beneficiar, refinar, manufaturar) permite capturar parte maior do valor da cadeia comercial.

 

Dependência de mercados externos: se um país consumidor impõe barreiras sanitárias, tarifas ou preferências políticas, as exportações de commodities brasileiras podem ser fortemente afetadas. Exemplos recentes: restrições por gripe aviária afetando exportações de produtos de aves.

 

Desafios ambientais e regulatórios: regiões produtoras enfrentam pressão por desmatamento, qualidade ambiental, sustentabilidade, que impactam custos e acessos a mercados mais exigentes.

 

Para reduzir esses riscos associados à forte dependência da economia do país com as commodities, o Brasil precisa investir mais fortemente em industrialização, ou seja, agregar valor às matérias-primas através de tecnologia, inovação, pesquisa e desenvolvimento para transformar commodities em bens industriais, fortalecimento de infraestrutura logística, transporte multimodal, portos e sistemas aduaneiros eficientes para reduzir custos de exportação, políticas públicas consistentes que incentivem setores manufatureiros, atração de investimentos em indústrias com sustentabilidade e a diversificação de mercados, tanto geográfica quanto de tipo de produto.

 

As commodities continuarão sendo base significativa das exportações brasileiras nos próximos anos, dado o tamanho da agropecuária e da mineração doméstica. Porém, para assegurar crescimento sustentável, maior valor agregado e um bom patamar econômico, é essencial promover medidas para fomentar o avanço de outras áreas, combinando assim commodities com desenvolvimento industrial. Somente assim o Brasil poderá consolidar sua posição não apenas como fornecedor de volumes, mas como protagonista global em cadeias de valor de alta tecnologia e maior complexidade.

 

Fonte: https://www.gov.br/mdic/pt-br

 

 

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