Tarifaço de Trump: quais os principais impactos para as exportações brasileiras?

Tarifaço de Trump: quais os principais impactos para as exportações brasileiras?

Em abril deste ano, o presidente Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas sobre a importação de produtos nos Estados Unidos, impactando 185 países. Essa medida, que ficou conhecida no Brasil como “Tarifaço”, foi chamada pelo Republicado de “Tarifas recíprocas”, pois segundo ele foi a maneira encontrada de equilibrar o valor que os países cobram dos EUA na importação de itens oriundos do país.

Nesse primeiro anúncio de Trump, o Brasil foi taxado em 10% enquanto a China, país que há alguns anos trava uma guerra comercial com os EUA, recebeu 34%. Poucos dias após esse anúncio, a China anunciou uma retaliação, os EUA revidaram com um novo aumento e assim por diante, fazendo com que as tarifas de importação entre os dois países ultrapassassem os 100%, estremecendo ainda mais a relação entre as duas maiores potências globais.

Por que Trump taxou o Brasil em 50%?

Após toda a repercussão do tarifaço ao redor do mundo e enquanto grande parte da atenção dos países se voltava aos Estados Unidos, o Republicano fez um novo anúncio em julho, anunciando uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil. Segundo Trump, a medida passaria a valer a partir do dia 1º de agosto.

Em carta ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, publicada no Truth Social, Trump justificou a medida como resposta a uma relação comercial que considera injusta e à postura do STF em processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, classificando a situação como uma “caça às bruxas” e um “escândalo internacional”. Trump afirmou que a relação comercial com o Brasil é marcada por desequilíbrios gerados por barreiras tarifárias e não tarifárias e que a única forma de evitar as taxas é transferir a produção para os EUA. Ele também alertou que, caso o Brasil retalie aumentando tarifas, os EUA responderão com elevação proporcional.

Considerando que os Estados Unidos são o segundo principal destino das nossas exportações, com mais de 10% de participação, esse anúncio acendeu um grande alerta em diversos setores, principalmente nos exportadores de soja, petróleo, minério de ferro, carne bovina, celulose, café e aviões, itens que se destacam na pauta exportadora do Brasil para os EUA.

Quais produtos brasileiros ficarão de fora do tarifaço de Trump?

No final de julho, Trump assinou decreto executivo que oficializa a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com início em 6 de agosto, no entanto, visando o bem-estar econômico dos EUA e a dependência da demanda brasileira, cerca de 700 produtos ficarão de fora dessa lista, como suco de laranja, aviões, combustíveis, minérios, fertilizantes, polpa de madeira, papel e celulose, metais preciosos, gás natural, energia e produtos energéticos, aparelhos de GPS, televisões, vidros e smartphones.

É importante ressaltar que além das trocas comerciais, o Brasil e os Estados Unidos possuem um longo histórico de relações diplomáticas e investimentos em diferentes setores. Segundo um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os investimentos de empresas norte-americanas no Brasil subiram 228,7% nos últimos dez anos, acumulando US$357,8 bilhões em 2024 e pelo menos 70 empresas brasileiras mantêm investimentos produtivos em 23 dos 50 estados americanos.

Algumas das maiores multinacionais brasileiras instaladas nos EUA, são:

    • Stefanini (empresa de tecnologia);
    • Gerdau (produtora de aço);
    • Tupy (metalúrgica);
    • Metalfrio (soluções em refrigeração comercial);
    • JBS (ramo alimentício);
    • CZM (equipamentos de perfuração);
    • Marfrig (líder global na produção de hambúrgueres);
    • BRF (surgiu em 2009 a partir da fusão entre Sadia e Perdigão);
    • DMS Logistics (agenciamento de cargas);
    • WEG (motores e compressores).

 

Sendo assim, podemos perceber claramente a importância do Brasil para a economia dos Estados Unidos e vice-versa. E agora, quais serão os próximos passos? Estaremos de olho nas próximas decisões que impactam diretamente o nosso dia a dia do comércio exterior para continuar garantindo operações de excelência para os nossos clientes, seja na importação ou na exportação de qualquer origem para qualquer destino.

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