Na Assembleia Geral da ONU de 2006, em Nova York, um grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China (conhecido pelo termo “BRIC”, criado em 2001 para se referir a essas economias emergentes), se reuniu formalmente pela primeira vez. No entanto, apenas em 2009 na Rússia ocorreu a primeira cúpula do grupo. Dois anos mais tarde, durante a terceira cúpula, na China, a África do Sul passou a fazer parte do grupo, acrescentando o S (South Africa) à sigla, que desde então é conhecida como o grupo dos BRICS, que representa mais de 42% da população mundial, 30% do território do planeta, 23% do PIB global e 18% do comércio internacional.
Quais são os novos membros do BRICS?
O Brasil assumiu a presidência do BRICS em 1º de janeiro de 2025, e logo no início deste ano o Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou a entrada de novos parceiros ao grupo, sendo eles Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
A categoria “país parceiro” do BRICS foi uma iniciativa criada em outubro de 2024 na Rússia e agora esses países podem participar das cúpulas e reuniões temáticas.
Importância do dólar para a economia internacional
O dólar é a principal moeda de reserva e a mais utilizada no comércio internacional, desempenhando um papel crucial na economia global. Vamos entender um pouco mais sobre ele e a sua importância para o comércio e a economia?
- Moeda de reserva: a maioria dos bancos centrais mantém grandes reservas em dólares para garantir estabilidade e segurança em transações internacionais, sendo então uma moeda muito importante para as reservas de países em diferentes continentes.
- Padrão para o comércio exterior: conforme citamos anteriormente, até mesmo a União Europeia, que possui o euro (uma moeda também forte e de alta liquidez), utiliza o dólar americano em suas transações. O dólar é amplamente utilizado para precificação e pagamento de commodities como petróleo, ouro e grãos, garantindo um padrão comum para as transações globais.
- Referência para outras moedas: muitas moedas de países emergentes são atreladas ou fortemente influenciadas pelo dólar, o que impacta suas políticas monetárias. Ou seja, o dólar serve como base para a valorização ou desvalorização de diversas moedas ao redor do mundo. Muitos países o utilizam como um parâmetro para definir suas próprias políticas cambiais, seja mantendo uma taxa fixa em relação a ele, seja ajustando sua moeda conforme as variações do dólar no mercado internacional.
- Influência nos mercados financeiros: a variação do dólar também afeta investimentos internacionais, juros, inflação e a competitividade das exportações e importações de diversos países.
- Segurança em tempos de crise: é comum ouvirmos por aí sobre a segurança que uma reserva em dólar traz para a economia. Até mesmo pessoas físicas buscam diversificar o patrimônio com reservas e investimentos em moeda estrangeira. Em períodos de instabilidade econômica, principalmente, o dólar é considerado um ativo seguro, levando investidores a buscá-lo como refúgio.
Por que os países pretendem reduzir a utilização da moeda
Em 2024, uma série de rumores em torno de uma possível nova moeda surgiu, chamando a atenção de líderes de diferentes países. A teoria era de que o BRICS criaria uma moeda que seria utilizada nas transações internacionais, eliminando assim a utilização do dólar americano.
No entanto, o próprio BRICS confirmou que essa ideia não passava de um rumor, visto que até mesmo a União Europeia utiliza o dólar americano em aproximadamente 50% das suas compras internacionais. Segundo o ex-diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), até mesmo o presidente da Rússia, Vladimir Putin, diz não ser contra o dólar, segundo ele, o “dólar é contra nós”, mas é preciso construir outro sistema paralelo de câmbio imune às sanções com a utilização de diferentes moedas, como o renminbi, o real, o rublo, etc.
Donald Trump, inclusive, após tomar posse no seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, ameaçou impor tarifas de 100% sobre os produtos dos países do BRICS caso essa moeda alternativa ao dólar passasse a fazer parte das negociações.
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