Os navios movem o mundo, levando alimentos, roupas e tecnologia entre continentes, mas também deixam um impacto importante no clima e na qualidade do ar nas regiões portuárias.
De acordo com a Fundação Getulio Vargas, o transporte marítimo responde por cerca de 2% a 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, o que equivale a aproximadamente 840 milhões de toneladas de CO₂ somando a navegação internacional e a doméstica em todo o mundo.
A boa notícia é que já existe um caminho para reduzir essa poluição sem parar a economia: começar com combustíveis que funcionam nos motores atuais e, aos poucos, avançar para alternativas mais inovadoras. É o que se chama de transição energética no transporte marítimo, e ela precisa ser justa — isto é, possível no bolso e na prática para empresas grandes e pequenas. Em termos simples, trocar parte do combustível tradicional por misturas com biocombustíveis já corta emissões e fumaça, aproveitando a mesma infraestrutura de abastecimento. É uma solução rápida e mais barata para dar o primeiro passo, enquanto metanol, gás natural liquefeito e, mais adiante, amônia e hidrogênio vão ganhando espaço conforme ficam mais acessíveis e seguros.
O Brasil tem um trunfo: experiência em biocombustíveis e potencial para produzir alternativas limpas, o que ajuda a acelerar essa virada com menos custo e mais benefícios locais.
No curto prazo, vale usar o que já se encaixa nos motores atuais para reduzir emissões agora; no médio e longo prazos, a meta é escalar combustíveis ainda mais limpos, com portos preparados e regras claras para todos.
No fim, a ideia é simples: manter o comércio funcionando e, ao mesmo tempo, respirar um ar mais limpo nas cidades, uma rota que combina urgência climática com soluções viáveis no dia a dia de quem opera os navios.
Fontes:
https://eaesp.fgv.br/eventos/desafios-e-oportunidades-para-brasil-transporte-maritimo-global

