O Brasil e a Argentina são parceiros comerciais de longa data e essa parceria não fica apenas no âmbito das importações e exportações, mas estende-se na diplomacia, investimentos e programas de cooperação.
Ainda em 1821, o governo português instalado no Rio de Janeiro, foi o primeiro a reconhecer a independência argentina. Logo depois, em 1823, a Argentina foi o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil e a estabelecer relações diplomáticas com o império. Desde então, a relação foi se estreitando com uma série de missões diplomáticas, assinaturas de acordos, visitas presidenciais e muitos outros eventos.
Além da importante relação entre os dois países, eles ainda se destacam como membros do Mercosul desde sua fundação, em 1991, juntamente ao Paraguai e o Uruguai, o que facilita ainda mais o trânsito de pessoas e mercadorias entre eles.
Importações e exportações
Atualmente, a Argentina é o 3º principal destino das exportações brasileiras. Já nas importações, o país ocupa a 4ª colocação no ranking das principais origens de produtos que compramos internacionalmente.
Segundo dados do Mdic, em 2023 o Brasil exportou aproximadamente US$16 bilhões para a Argentina, o que corresponde a quase 5% de tudo que exportamos no ano. Por outro lado, o valor obtido com as importações chegou a US$12 bilhões. Nas exportações, destaca-se a soja e itens do setor automotivo, como partes, acessórios e os próprios veículos. Nas importações oriundas da Argentina, o grande destaque é o setor automotivo, com cerca de 40% de participação na pauta de 2023, seguido do petróleo e do trigo.
No dia 03 de outubro de 2019, representantes do Brasil e da Argentina assinaram em Montevidéu um novo acordo comercial para o setor automotivo garantindo o livre comércio de bens automotivos a partir de 1º de julho de 2029. Até lá, têm sido realizados aumentos graduais dos benefícios para ambos os países poderem comprar e vender.
É importante considerar que além desses produtos de destaque, o capital brasileiro está presente em outros segmentos da economia argentina, como siderúrgico, têxtil, calçadista, de máquinas agrícolas, mineração, construção civil, dentre outros.
Crise e superação
Há alguns anos, a mídia internacional vem mostrando os novos rumos que a economia argentina tomou, levando o país a um sério caos com uma economia totalmente instável, alta no desemprego, na inflação e na pobreza.
São diversos os motivos que levaram o país a essa recessão, como a queda da atividade industrial e o acúmulo de déficits fiscais dos últimos anos.
Contudo, o novo governo tem realizado algumas mudanças bruscas na tentativa de retornar o país a um bom patamar econômico. Uma das medidas anunciadas recentemente foi a redução da tarifa de importação de 17,5% para 7,5% na tentativa de conter a inflação.
Perspectivas para o futuro
Apesar da crise no país vizinho, a troca de mercadorias com o Brasil se mantém. Há momentos de alta e de baixa, mas o país segue sendo um dos principais parceiros comerciais do Brasil e de grande importância para o cone sul.
As perspectivas para o futuro da relação entre esses dois países são positivas e influenciadas por fatores políticos, econômicos e regionais. O Mercosul continua sendo uma plataforma central para o comércio entre Brasil e Argentina, porém, requer modernizações, especialmente no que se refere à flexibilização das negociações comerciais com outros blocos e países, podendo abrir portas para novas parcerias e maior integração econômica.
Outro ponto importante dessa relação bilateral é a cooperação em energia, como gás natural e eletricidade, sendo uma área de interesse crescente. O Brasil importa gás da Argentina, e ambos os países têm trabalhado em projetos de infraestrutura para melhorar a conectividade energética. A transição para fontes renováveis também pode gerar oportunidades de colaboração, com foco em energia limpa.
O agronegócio, um dos principais pilares da economia brasileira, também é uma área de grande importância nas trocas entre os dois países, especialmente em commodities como trigo, milho, soja e carne.
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