Oscilações cambiais: como a alta do dólar impacta o Comércio Exterior?

Oscilações cambiais: como a alta do dólar impacta o Comércio Exterior?

Em abril de 2024, o dólar subiu 3,53% e fechou o mês em R$ 5,19, sendo essa a maior variação mensal em relação ao real desde agosto de 2023.

 

Neste artigo, iremos esclarecer os motivos por trás da alta do dólar e como isso afeta os importadores e exportadores, além de propor alternativas para contornar os riscos cambiais.

 

Fique conosco e acompanhe a leitura!

 

O que vem ocasionando a alta do dólar?

 

Um dos motivos que levaram a valorização do dólar perante o real, é por conta do nível de juros  praticado nos EUA, que criam uma pressão sobre o câmbio no Brasil.

 

O Fed (Federal Reserve), o banco central dos EUA, anunciou no início de maio que a taxa de juros permanece inalterada. Taxa na qual vem sendo mantida no mesmo nível desde julho de 2023, e é o maior nível em mais de 20 anos.

 

O motivo pela alta dos juros é decorrente da inflação. Quando a inflação está em alta, as taxas de juros tendem a aumentar para desacelerar a economia e auxiliar no combate ao aumento dos preços.

 

Se os juros praticados pelos bancos americanos se mantêm elevados, os juros dos bancos brasileiros deixam de ser interessantes para os investidores internacionais, que acabam focando seus investimentos nos EUA.

 

A relevância da taxa de juros

 

Hoje a Selic, nossa taxa de juros, está em 10,50%, e os juros dos EUA está entre 5,25% a 5,50%. Mesmo que o investimento no Brasil remunere mais, o investidor tende a preferir os EUA por conta dos riscos associados ao capital brasileiro. Os EUA oferecem uma maior estabilidade.

 

Especialistas também citam que o aumento da taxa de juros no Japão auxilia na alta do dólar. Pela primeira vez em 17 anos, o Banco do Japão elevou sua taxa de juros de -0.1% para 0 a 1% (sim, a taxa de juros era negativa por lá). Mesmo sendo uma taxa baixa, acaba atraindo investidores.

 

Segundo dados da bolsa de valores brasileira, estrangeiros têm retirado seus investimentos no país desde o início de 2024.

Por fim, é importante lembrar que o dólar é uma commodity financeira, e como qualquer produto, tem seu preço influenciado pela regra da oferta e demanda. Se há menos dólares disponíveis no Brasil, a cotação aumenta.

 

Entre os países do G20, o real foi a moeda mais desvalorizada

 

Outro fato que traz mais contexto sobre a situação da nossa moeda: todos os países do G20  tiveram suas moedas desvalorizadas por conta da contínua alta da taxa de juros nos EUA. Mas  o real foi a moeda que mais desvalorizou (4,5%) em relação ao dólar americano no mês de abril.

 

Analistas sugerem que um fator predominante para a desvalorização foi por conta do anúncio feito pelo governo brasileiro de que não pretende cumprir as metas de superávit fiscal no mandato do atual presidente.

 

O superávit fiscal contribui para que o endividamento público diminua, que consequentemente reduz preços e juros na economia.

 

As oscilações no câmbio afetam o comércio exterior

 

Quando o real se valoriza perante o dólar, muitos produtos fabricados no exterior se tornam atrativos para importadores e para os consumidores brasileiros.

 

Porém, momentos como o atual, a alta do dólar tem impacto no preço dos produtos importados e torna a compra destes menos atrativa, o que pode inviabilizar ou reduzir a importação de determinados produtos, e assim desacelerar o comércio exterior.

 

Há produtos que importamos que são indispensáveis para o consumo, como, por exemplo, princípios ativos de medicamentos que não são produzidos no Brasil. Como não podemos simplesmente parar de importar certos insumos, ele chega nas prateleiras mais caro para o consumidor, sendo um motivador da inflação e que afeta a economia do país.

 

Já para as exportações, a alta no dólar faz com que os produtos brasileiros se tornem mais baratos para compradores de outros países. E no efeito contrário, quando o real está valorizado perante o dólar, afeta o faturamento do exportador. É algo que atinge principalmente exportadores de produtos agrícolas, já que estes são a maior parte da pauta exportadora brasileira.

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Estratégias para se proteger das oscilações cambiais

 

Empresas que atuam com importações e exportações devem sempre ficar atentas a oscilações cambiais e buscar estratégias que minimizem seus riscos.

 

Uma dessas estratégias é o Hedge Cambial, que é a utilização de instrumentos como contratos futuros, para congelar o câmbio. É estabelecido uma taxa de câmbio fixa para uma transação futura, e assim eliminando o risco de uma possível oscilação inesperada.

 

Além disso, o monitoramento e análises do mercado são maneiras de estar atualizado quanto às oscilações das moedas.

 

Dessa forma, empresas que atuam no comércio internacional ficam mais preparadas, com um menor risco cambial que gerem prejuízo em suas operações.

 

Dessa forma, esperamos que a pergunta que remete ao título do artigo tenha sido esclarecida para você leitor.

 

A questão das oscilações cambiais são complexas, e há inúmeras variáveis que podem afetar a taxa do câmbio, que muda diariamente. Neste artigo, buscamos trazer um foco na maior alta dos últimos meses, que foi em abril, e os fatores (taxas de juros dos EUA) que contribuíram para tal.

 

Além disso, ressaltamos a relação do câmbio com o comércio exterior, sendo um desafio para muitos importadores e exportadores, mas que podem utilizar de ferramentas para minimizar riscos e prejuízos.

 

Além de se manter atualizado quanto a questão cambial, é importante ter por perto parceiros que podem auxiliar sua empresa em seus processos de comércio exterior.

 

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