O Governo Federal está prestes a lançar o Plano Nacional de Ferrovias com um investimento previsto de R$100 bilhões. Vamos entender os impactos deste Plano na logística nacional e o atual cenário da malha ferroviária brasileira?
Sabemos que o Brasil é um país continental, sendo o 5° maior do mundo em território, assim como a nossa malha rodoviária também é bastante extensa e de extrema importância para a logística. No entanto, a política voltada para as rodovias implementada no século XX, fez com que houvesse o detrimento da malha ferroviária nacional, sendo hoje pequena e obsoleta se comparada a outros países até menores que o Brasil.
Quais são as ferrovias brasileiras?
O Brasil possui aproximadamente 30 mil quilômetros de malha ferroviária, sendo as maiores:
- Ferrovia Norte-Sul (FNS): ligando os portos de Itaqui (MA) e Santos (SP), a ferrovia Norte-Sul possui 2,2 mil km de extensão, custou mais de R$11 bilhões e demorou quase 40 anos para ficar pronta.
- Ferrovia Carajás (EFC) – operada pela Vale, essa ferrovia é de extrema importância para o transporte de minério de ferro do Pará ao Maranhão.
- Ferrovia Vitória-Minas (EFVM): também operada pela Vale, a EFVM liga o estado de Minas Gerais ao Espírito Santo, sendo uma das ferrovias mais movimentadas do país.
- Ferrovia Transnordestina: ainda em construção, ligará o Piauí e o Ceará ao Porto de Suape (PE), impulsionando a logística na região do Nordeste.
- Ferrovia Centro-Atlântica (FCA): administrada pela VLI, ela atravessa diversas regiões do país, conectando estados do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
Projeto de expansão – o que é o Plano Nacional de Ferrovias?
O anúncio oficial do governo ainda não foi realizado, no entanto, alguns investidores já demonstraram interesse nos projetos. Embora o caminho entre o primeiro contato e a realização dos leilões seja longo, a sinalização do mercado é vista como positiva. Empresas como CCR, MRS, Rumo, a chinesa Concremat e a suíça MSC estão entre os interessados. O plano prevê cinco projetos ferroviários, totalizando 5.000 km de trilhos e investimentos de aproximadamente R$100 bilhões. O plano busca ampliar e modernizar a malha ferroviária do Brasil, reduzindo custos logísticos e incentivando investimentos privados.
Para viabilizar economicamente as obras e torná-las atrativas à iniciativa privada, o governo arcará com 20% a 30% dos investimentos. Esses recursos virão da repactuação de concessões, incluindo acordos firmados com Rumo, MRS Logística e Vale. A mineradora se comprometeu a pagar até R$17 bilhões para a extensão de concessões ferroviárias.
Importância das ferrovias para o comércio exterior
As ferrovias desempenham um papel estratégico no comércio exterior ao oferecerem uma solução eficiente e competitiva para o transporte de mercadorias. Com uma malha ferroviária bem estruturada, é possível reduzir custos logísticos, melhorar a previsibilidade dos prazos de entrega e ampliar a capacidade de escoamento de produtos para portos e fronteiras.
O Brasil, com sua extensa produção agrícola e industrial, depende de modais logísticos que garantam maior eficiência no deslocamento de cargas, principalmente em longas distâncias. Comparadas ao transporte rodoviário, as ferrovias apresentam algumas vantagens, como: menor impacto ambiental, maior segurança e capacidade de carga significativamente superior, sendo muito relevante para commodities como soja, milho, minério de ferro e combustíveis, que demandam transporte contínuo e em grande volume.
O investimento na ampliação e modernização da infraestrutura ferroviária contribui para a competitividade do comércio exterior brasileiro. Um sistema eficiente reduz custos operacionais e melhora a atratividade dos produtos nacionais no mercado global, tornando-os mais competitivos frente a concorrentes internacionais. Países que investiram fortemente no modal ferroviário, como Estados Unidos e China, colhem os benefícios de um transporte de carga mais barato e eficiente. O fortalecimento das ferrovias no Brasil é fundamental para garantir que o país consiga aproveitar seu potencial produtivo, reduzir sua dependência do transporte rodoviário e consolidar sua posição no comércio exterior com maior eficiência e sustentabilidade.
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