Ano a ano a China vem aumentando a sua influência ao redor do mundo, ganhando cada vez mais espaço em diferentes áreas, como no comércio internacional, na cultura, economia, tecnologia e até mesmo na infraestrutura dos países através da “Nova Rota da Seda” que foi lançada em 2013 e segue em expansão até os dias atuais.
A chefe da Administração Geral das Alfândegas da China informou recentemente que o país está entre os três principais parceiros comerciais de 157 países e regiões ao redor do mundo. Em 2024, as trocas comerciais chinesas com os países integrantes da Iniciativa Cinturão e Rota somaram 22 trilhões de yuans (cerca de US$3 trilhões), o que correspondeu a mais de 50% do total das importações e exportações do país. Enquanto isso, o comércio da China com mercados emergentes, como ASEAN, América Latina, África e Ásia Central, vem registrando crescimento anual superior a 10% desde o início do 14º Plano Quinquenal (2021-2025).
Principais portos chineses
A China é a maior potência comercial do mundo, e para sustentar esse fluxo gigantesco de importações e exportações o país investiu pesadamente em infraestrutura portuária moderna e eficiente. Entre os dez maiores portos do mundo, sete estão localizados em território chinês, sendo o Porto de Xangai o principal. Ele é o maior terminal portuário do mundo movimentando cerca de 50 milhões de TEUs anualmente. Já o Porto de Ningbo-Zhoushan, terceiro no ranking mundial, movimenta aproximadamente 33 milhões de TEUs e está situado em uma região industrial estratégica.
Outro gigante é o Porto de Shenzhen, essencial para o escoamento de manufaturados destinados a todo o mundo, e o Porto de Qingdao, que movimenta mais de 25 milhões de TEUs e é reconhecido por sua versatilidade, visto que além de contêineres, ele é reconhecido internacionalmente pela movimentação de carvão, minério de ferro e petróleo, atraindo investimentos estrangeiros de países como Japão e Coreia do Sul.
Nova Rota da Seda
Em 2013 a China lançou a Nova Rota da Seda, oficialmente chamada de Iniciativa Cinturão e Rota, o maior programa econômico do país. A ideia do projeto é conectar dezenas de nações construindo portos, aeroportos, ferrovias e estradas com financiamento chinês. Em troca, os países parceiros recebem créditos e investimentos para desenvolver infraestrutura, enquanto a China ganha novos mercados para seus produtos e serviços.
Desde o início, já foram investidos mais de US$1 trilhão e cerca de 148 países aderiram, sendo a África a região com mais participantes. Na América Latina, 21 países fazem parte e a China já liberou US$70 bilhões em créditos para projetos. O Brasil, até agora, não entrou oficialmente na iniciativa.
Apesar dos benefícios, alguns governos saíram do programa, como Itália, Filipinas e Panamá, alegando pressões políticas ou preocupações com a dependência dos créditos chineses. Nos últimos anos, a estratégia também mudou: antes focada em grandes obras de infraestrutura, agora busca projetos menores e mais pontuais.
Na prática, a Nova Rota da Seda é vista pela China como um meio de impulsionar o desenvolvimento global e, ao mesmo tempo, fortalecer sua influência econômica e política em várias regiões do mundo.
Relação Brasil x China
Desde 2009, a China se consolidou como a principal parceira comercial do Brasil, posição que mantém até hoje, ou seja, o país é o maior comprador dos produtos brasileiros e, ao mesmo tempo, um dos maiores fornecedores de bens para o mercado nacional. Do lado das exportações brasileiras, os principais produtos enviados para a China são commodities, como soja, minério de ferro, petróleo, carne bovina e celulose. Esses itens são fundamentais para sustentar a cadeia produtiva e alimentar a população chinesa, além de abastecer sua indústria pesada. Já nas importações, o Brasil compra da China principalmente produtos industrializados e de alta tecnologia, como máquinas, equipamentos eletrônicos, celulares, computadores e insumos para a indústria, mostrando a complementaridade entre as duas economias: o Brasil é forte em recursos naturais e agropecuária, enquanto a China lidera em manufaturas e tecnologia.
Além do comércio direto, a parceria também se expande em investimentos em setores estratégicos no Brasil, como energia, infraestrutura, telecomunicações e logística.
Boom dos carros elétricos
Nos últimos anos, o mercado automotivo brasileiro tem vivido um verdadeiro boom dos carros chineses. De acordo com o levantamento Webmotors Autoinsights, a procura por veículos de montadoras chinesas no Brasil cresceu 24% em 2025 em relação ao ano passado. Entre janeiro e julho de 2025, o BYD Song foi o carro chinês mais vendido no Brasil, com 20.647 unidades emplacadas. O modelo alcançou a 21ª posição no ranking geral de vendas, algo inédito para veículos chineses no país e que demonstra a rápida aceitação do público brasileiro.
E esse fenômeno não se limita ao mercado brasileiro, segundo a consultoria americana AlixPartners, atualmente as montadoras chinesas já representam 21% das vendas mundiais de veículos. A previsão é que, até 2030, um em cada três carros novos vendidos no mundo seja produzido na China. Marcas como BYD, GWM e Geely lideram esse avanço, impulsionadas pelo investimento em mobilidade elétrica e sustentabilidade.
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Fontes: