Desde 2018, ainda no primeiro mandato de Donald Trump, a China e os Estados Unidos vivem uma guerra comercial marcada por imposição de barreiras tarifárias entre eles e retaliações de ambas as partes. As duas maiores economias do mundo disputam a hegemonia econômica e o poder financeiro global, criando assim uma série de disputas que causam impactos em diversos países.
Recentemente, desde o início do segundo mandato de Donald Trump, o conflito entre os Estados Unidos e a China voltou a atrair olhares do Brasil e do mundo, visto que o presidente norte americano anunciou um imposto de importação de 10% sobre todos os produtos estrangeiros, com exceção de alguns itens estratégicos, impactando diversos países, inclusive o Brasil. A China, no entanto, principal alvo do republicano, foi o país que mais sofreu com essas taxações, chegando a 145%.
Entenda o tarifaço de Trump e as consequências internacionais dessas medidas
No início de abril, Donald Trump anunciou a aplicação das “tarifas recíprocas” aos parceiros comerciais dos EUA. Segundo o presidente, diversos países cobram taxas abusivas sobre produtos americanos, enquanto os EUA taxavam esses mesmos países com alíquotas bem inferiores.
Sendo assim, essas “tarifas recíprocas” surgiram como uma compensação entre as taxas. Porém, devido aos conflitos anteriores com a China e as disputas que seguem em alta, as alíquotas direcionadas ao país asiático foram bem maiores.
China e EUA: saiba mais sobre os principais parceiros comerciais do Brasil
A China e os Estados Unidos são parceiros de extrema importância para a economia brasileira. Em 2009, a China ultrapassou os EUA como a principal parceira comercial do Brasil e desde então lidera esse ranking, tanto nas importações como nas exportações.
Em 2024, por exemplo, a corrente de comércio entre o Brasil e a China, que totaliza todas as importações e exportações entre os países, atingiu US$158 bilhões, sendo aproximadamente US$94 bilhões referentes às exportações ao país asiático e cerca de US$64 bilhões em importações oriundas da China.
A soja, o petróleo e o minério de ferro são os grandes destaques das exportações brasileiras para a China. Já nas importações, diversos produtos da indústria de transformação compõem a lista, como válvulas, equipamentos de telecomunicações, veículos e seus acessórios, adubos, inseticidas, máquinas e muito mais.
Já em relação aos Estados Unidos, nosso segundo maior parceiro comercial, a corrente de comércio chegou a US$81 bilhões, sendo US$40 bilhões das exportações ao gigante americano e cerca de US$41 bilhões em importações oriundas dos EUA. O petróleo, produtos de ferro e aço, aeronaves, café e celulose foram os grandes destaques das nossas exportações. Já nas importações oriundas dos EUA, motores e máquinas, petróleo refinado, medicamentos, GNL e carvão se destacaram no último ano.
Aumento das exportações brasileiras para as duas grandes potências pós-tarifaço
As tarifas impostas por Donald Trump que causaram tanta repercussão internacional, tiveram um impacto positivo para a economia brasileira se analisarmos pelo ponto de vista da diversificação comercial, visto que tanto os Estados Unidos como a China estão em busca de novos fornecedores de diversos produtos para evitar comprar um do outro. Dessa forma, o Brasil surge como um importante fornecedor para ambas as partes. Em abril deste ano de 2025, o Brasil registrou alta de 20% nas exportações para os Estados Unidos em relação ao mesmo mês de 2024, por exemplo, totalizando US$3,5 bilhões em produtos embarcados.
Algumas commodities, como algodão e as carnes, também foram fortemente impactadas pelo tarifaço. Em abril, as importações chinesas de fibra de algodão proveniente dos EUA registraram uma redução de quase 12 vezes que no mesmo mês de 2024. As importações de carne, pescados e carne suína recuaram cerca de 25% e todo esse movimento fez com que o Brasil se colocasse à disposição da China para fornecer essas proteínas para o país.
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Fontes:
https://www.fazcomex.com.br/comexstat/asia/exportacao-china/
https://diariodocomercio.com.br/opiniao/artigo/oportunidades-brasil-guerra-comercial-eua-china/
